A concepção orientadora da pesquisa aqui desenvolvida é pautada na tentativa de propiciar uma análise pluriperspectivada sobre a aprovação da Lei de Anistia, mapeando, a partir de agora, suas especificidades através da imprensa maranhense. O corpus documental aqui apresentado foi construído a partir da pesquisa realizada na Biblioteca Pública Benedito Leite, no Arquivo Público do Estado do Maranhão e no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN). ,
Na perspectiva de construção de possibilidades de inserção no cotidiano escolar do conteúdo disponibilizado no Acervo Digital da Luta pela Anistia pelo Maranhão, será apresentada uma proposta de percurso da pesquisa, a ser previamente realizada pelo docente, para o posterior desenvolvimento de atividades em sala de aula, que tenham nos jornais seu alicerce primeiro. Pretende-se assim municiar o docente com caminhos que, ao serem trilhados, poderão desdobrar-se no uso da imprensa como estratégia pedagógica, com plenas potencialidades de promoção da dinamização da prática docente e de potencialização do saber escolar.
O primeiro passo na construção da proposta de percurso da pesquisa é a escolha do jornal que será utilizado e a delimitação cronológica dos exemplares que serão pesquisados. Aqui, optou-se pelo mais importante jornal de circulação regional, O Estado do Maranhão, no ano de 1979, escolha que se coaduna com a concepção do que consideramos 1979 como um evento-chave[1] inaugurador da construção de uma temporalidade, em referência ao período de redemocratização brasileira.
Para tornar essa proposta factível ao professor, foram selecionadas as edições que circulavam no primeiro domingo de cada mês, devido ao volume de páginas e aumento da vendagem nesse dia específico. O propósito é observar as modificações e permanências referentes à atuação do jornal O Estado do Maranhão, analisando-o enquanto instituição central nos processos de significação nas sociedades contemporâneas e ator presente em momentos de crise, observados aqui como parte integrante das “significações sociais” (BIROLI, 2009, p.271), constantes na construção do sentido do presente e na (res)significação do que somos.
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[1] Concepção adotada por Flávia Biroli (2009) para o ano de 1964 em função de terem se desenrolados neste ano medidas que destaca como orientações para “composição da temporalidade que orienta o fazer e o representar social e político” (BIROLI, 2009, p. 271). Apropriando-se dessa perspectiva, considero o ano de 1979 como um evento-chave, não só em função da aprovação da Lei de Anistia, mas também da extinção das Comissões Gerais de Inquéritos, abrandamento da Lei de Segurança Nacional e a revogação dos Atos Institucionais.